Novo modelo de financiamento imobiliário anunciado: o que muda para quem quer a casa própria

Em outubro de 2025, o governo federal anunciou uma reforma histórica no sistema de crédito imobiliário brasileiro, com impacto direto sobre quem sonha em comprar a casa própria. A proposta moderniza as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e pretende ampliar a oferta de crédito para habitação, especialmente para a classe média.

Atualmente, parte dos depósitos da poupança é obrigatoriamente direcionada para crédito habitacional: 65% vão para financiamento, 20% são compulsórios no Banco Central e 15% ficam livres para os bancos. A nova regra prevê que, com o tempo, esse direcionamento obrigatório de 65% será eliminado e o total de depósitos na poupança será usado como referência para crédito habitacional. 

Durante o período de transição, os depósitos compulsórios serão reduzidos gradualmente, de 20% para 15%, e parte desse valor começará a entrar no novo regime de financiamento. Quando o modelo estiver totalmente implementado, os bancos poderão usar os recursos da poupança para liberar crédito com mais flexibilidade. Uma mudança muito relevante é o aumento do teto para o valor do imóvel financiável pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação): o limite sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, 80% dos financiamentos habitacionais seguirão as regras do SFH, com taxa de juros limitada a 12% ao ano. 

O ministro das Cidades projetou que, com o novo modelo, a Caixa Econômica poderá financiar 80 mil novas moradias até 2026, ampliando bastante o crédito imobiliário para famílias de classe média. O secretário de Política Econômica da Fazenda afirmou que o objetivo é “dar um salto” no crédito imobiliário, elevando sua participação no PIB. Para o presidente Lula, a proposta tem caráter de inclusão social, oferecendo uma alternativa mais sustentável e moderna para que mais famílias tenham acesso à casa própria.

Já Geraldo Alckmin destacou que essa reformulação pode gerar mais empregos no setor da construção civil, com mais recursos fluindo para novas habitações. Além disso, o novo modelo prevê mais competição entre instituições financeiras: bancos que não captam poupança poderão conceder crédito habitacional em condições semelhantes, por meio de captações de mercado, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). 

Para o comprador, essas mudanças significam uma maior oferta de crédito, mais casas disponíveis para financiamento e condições potencialmente mais favoráveis. No entanto, a transição para esse novo regime será gradual, com plena vigência a partir de janeiro de 2027. 

Em resumo, o novo financiamento imobiliário anunciado pelo governo representa uma oportunidade histórica para a classe média: mais crédito, juros mais controlados para parte dos financiamentos e uma fonte renovada de recursos via poupança. Para quem está pensando em financiar, pode ser o momento ideal para se planejar e aproveitar essa nova fase.

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